É Círio, minha gente!!





Hoje, é o dia da Padroeira dos Paraenses. Para quem está longe, é sempre sinal de choro por sentir tanta saudade.

É um dia em que todos os paraenses se reúnem com suas famílias para celebrar o Círio! Chamamos de Natal dos Paraenses. As praças ficam ornamentadas desde outubro até o Natal.

As procissões se iniciam a partir de quinta-feira e vão até domingo. Ao todo são 12 romarias. São bicicletas, barcos, motocicletas, carros, romeiros, crianças que acompanham a Mãezinha, chamada carinhosamente de Nazica. A imagem que sai nas romarias não é a original. É uma réplica. 
A original, nos primeiros Círios, onde ela era puxada por bois, ela sumia misteriosamente. Quando iam procurá-la, ela estava onde hoje, é a Basílica Santuário. Por isso, a utilização da réplica nas procissões. Acreditem!


Os romeiros são pessoas que chegam de todos os lugares, seja caminhando, seja de ônibus, carro, avião ou barco. Todos querendo estar perto para agradecer e pedir bênçãos. Pedidos que são intercedidos por ela junto a Jesus Cristo.

A Trasladação é uma romaria linda que acontece à noite, onde a berlinda (carro ornamentado com flores que leva a santinha) fica toda iluminada. A queima de fogos é o grande ápice das devoções dos estivadores das Docas.

O Círio inicia bem cedo, com uma missa na igreja da Sé e logo após é a romaria. 

Estar em Belém e participar desta festa é uma experiência maravilhosa. Não há como não se emocionar. É uma energia contagiante. Ao longo do percurso são várias manifestações de devoção. São cânticos, são pessoas pagando promessas, são crianças vestidas de anjos. 

Cada um tem um motivo especial para estar lá. Quando ela passa, todos levantam as mãos e pedem ou agradecem. É um momento em que parece não existir mais ninguém ao redor. Apenas você e ela.

O Almoço só acontece quando ela chega na praça do Santuário de Nazaré.

A partir daí, todos os dias ela é visitada bem mais de perto porque ela fica exposta para todos.

E se tu pensas que a magia do Círio termina aí, estás enganado. Todas as noites, bandas e artistas católicos se reúnem para participarem do Círio Musical. Durante uma semana, a cada noite é um artista diferente.

Muitos artistas quando participam desta festa, se colocam como paraenses e nos retribuem com músicas e poesias maravilhosas.     
Este ano o canto é, Eu sou de lá, onde um mineiro se colocou como paraense:

"Eu sou de lá
Onde o Brasil verdeja a alma e o rio é mar
Eu sou de lá
Terra morena que amo tanto, meu PARÁ

Eu sou de lá
Onde as Marias são Marias pelo céu
E as Nazarés são germinadas pela fé
Que irá gravada em cada filho que nascer


Eu sou de lá
Se me permite já lhe digo quem sou eu
Filha de tribos, índia, negra, luz e breu
Marajoara, sou cabocla, assim sou eu

Eu sou de lá
Onde o menino Deus se apressa pra chegar
Dois meses antes já nasceu, fica por lá
Tomando chuva, se sujando de açaí

Eu sou de lá
Terra onde outubro se desdobra sem ter fim
Onde um só dia vale a vida que vivi
Domingo santo que eu não posso descrever

Pois há de ser mistério agora e sempre
Nenhuma explicação sabe explicar
É muito mais que ver um mar de gente
Nas ruas de Belém a festejar

É fato que a palavra não alcança
Não cabe perguntar o que ele é
O Círio ao coração do paraense
É coisa que não eu não sei dizer
Deixa pra lá...

Terá que vir
Pra ver com a alma o que o olhar não pode ver

Terá que ter
Simplicidade pra chorar sem entender

Quem sabe assim
Verá que a corda entrelaça todos nós
Sem diferenças, costurados num só nó
Amarra feita pelas mãos da mãe de Deus

Estranho, eu sei
Juntar o santo e o pecador num mesmo céu
Puro e profano, dor e riso, livre e réu
Seja bem vindo ao Círio de Nazaré.

Pois há de ser mistério agora e sempre
Nenhuma explicação sabe explicar
É muito mais que ver um mar de gente
Nas ruas de Belém a festejar

É fato que a palavra não alcança
Não cabe perguntar o que ele é
O Círio ao coração do paraense
É coisa que não eu não sei dizer
Deixa pra lá..."

Fico extremamente grata, por ter participado por muitos anos desta festa e compartilho as fotos. Quem um dia quiser ir para conhecer e participar, eu recomendo.

É isso minha gente! Tenho muitas coisas boas para falar do Círio. Que um ano eu volte. Encerro dizendo que outubro para os paraenses, guardam histórias.


Feliz Círio!    

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